quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

MEGASSOM

Centenário Vinicius de MoraesO "poetinha" brasileiro que conquistou o mundo




   Nesse ano no dai 19 de Outubro, foi comemorado o centenário de Vinicius de Moraes. O poeta dos amores nasceu em um ambiente musical, e desde tenra idade demonstrou grande habilidade para as letras e a música. Nativo do Rio de Janeiro; carioca da gema; sabia como poucos contemplar o charme das mulheres e da cidade maravilhosa. Polêmico, boêmio e conquistador, esse adorador de uísque conheceu seus principais parceiros de música, na noite, em mesas de bares.

Formou-se em letras e também em Direito pela Faculdade do Catete. Na década de 30, publicou seus primeiros livros - "Caminho para a distância", "Forma e exegese", além dos poemas sensuais de "Ariana, a mulher".
Vinicius de Moraes trabalhou como diplomata, escritor e jornalista, mas seu grande reconhecimento veio da sua criação artística de poeta e compositor. Escreveu muitos sonetos, e era conhecido pelo modo como sabia "viver bem a vida" com bastante simplicidade, assim como seus versos galanteadores. O eterno apaixonado casou-se nove vezes e teve quatro filhas e um filho.

A poesia de Vinicius representa as raízes da Bossa Nova, movimento musical que surgiu no final da década de 50, se destacando pela mistura do Jazz americano e do Samba brasileiro. O poeta ainda contribuiu para o desenvolvimento da MPB, que teve início em 1966, sendo considerada como uma segunda geração da bossa nova. Juntamente com Tom Jobim criou uma de suas músicas mais famosas, "Garota de Ipanema" que hoje é um clássico dos elevadores espalhados pelo mundo.

Seus principais parceiros de composição ao longo da vida foram Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto (que também ajudou na consolidação da bossa nova), Chico Buarque, Edu Lobo e Carlos Lyra.
Fugindo do que era convencional, o poeta estabeleceu parceria com o violinista Baden Powell. A dupla explorou a mistura do samba com sonoridades africanas, dos "afrossambas", nasceram assim - "Berimbau", "Samba da Benção", entre outras.

Em 1969, é expulso do Itamaraty, por seu comportamento despojado. Magoado, decidiu se afastar da vida intelectual, mudou de gostos e de cidade. Dessa nova mudança, em 1970, firmou parceria com o músico Toquinho, com quem compôs músicas como "Aquarela", "Testamento" e "Como dizia o poeta". Toquinho foi um dos grandes amigos de Vinicius, produzindo o disco infantil "A arca de Noé".
Vinicius de Moraes morreu no dia 9 de Julho de 1980, vítima de edema pulmonar, mergulhado na banheira de sua casa no Rio de Janeiro. Vinícius viveu intensamente e como disse Carlos Drummond de Andrade: "O único poeta brasileiro que ousou viver sobre o signo da paixão. Quer dizer, da poesia em estado natural".

As homenagens ao poeta foram muitas, entrevista com amigos, documentários, apresentações teatrais e musicais do seu trabalho, além de exposições audiovisuais, uma delas em Buenos Aires. Uma de suas filhas, Suzane Moraes, organizou uma nova versão da "Arca de Noé" com belíssimos arranjos e uma mistura que vai do samba de Zeca Pagodinho em "O pato", ao Kuduro de Ivete Sangalo para a "A galinha D'angola". Além de grandes nomes da MPB como Maria Bethânia, Chico Buarque, Adriana Calcanhoto, Caetano Veloso, entre outros. Suzane Moraes, que é cineasta, pretende levar em breve, os versos da "Arca de Noé" às telas de cinema.

A presidente Dilma, também homenageou o poeta em seu twitter, lembrando-se das composições do poeta disse "Que ele faz parte da alma brasileira".
A Bienal do Livro no Rio de Janeiro neste ano de 2013 prestou uma vasta homenagem ao escritor, massificando sua obra aos interessados em literatura. Geraldo Carneiro compareceu à Bienal e falou sobre o poeta, "Vinicius de Moraes ainda não ocupa o lugar que merece na história da literatura brasileira", admitindo que durante a sua juventude convivesse com o "grande poetinha".

Em conversa com a imprensa, Geraldo Carneiro contou como teve a oportunidade de conhecer e tornar-se amigo de um dos mais célebres poetas da literatura brasileira. "Eu não gosto de chamá-lo de 'poetinha', o diminutivo tem sempre um caráter pejorativo, e ele sempre foi um poeta popular", afirmou.

Carneiro que também é poeta foi o primeiro escritor a fazer uma biografia de Vinicius de Moraes após sua morte, publicado pela editora Brasiliense em 1983. "Ele falava com a maior simplicidade das coisas mais despudoradas", ressaltou. Adriana Calcanhoto e os poetas Antônio Cícero e Eucanaã Ferraz também prestaram suas homenagens na Bienal, declamando muitos poemas memoráveis de Vinicius.Como disse sua filha, Suzane Moraes - "Ele tinha atitude existencial".

Matéria especial por: Samara Lima


Fonte:

"JORNAL MEGA EXTRAORDINÁRIO"


CADERNO DE ARTE E CULTURA: "MEGACULT"

Jornalismo FIC 2013.2 - Noite

Impresso: 





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