quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

MEGAEXPOSIÇÃO *****

 Centenário Tomie Ohtake em Fortaleza

Multiarte celebra os 100 anos da artista com “Pinturas recentes"




   A exposição "Pinturas recentes" teve abertura oficial com coquetel em comemoração ao centenário da artista plástica japonesa Tomie Ohtake, que completou 100 anos neste último dia 21 de Novembro em São Paulo, com sua família.

Para a comemoração ser completa, Ricardo Ohtake, filho e diretor do Instituto Tomie Ohtake tomou a iniciativa de espalhar diversas obras de Tomie por várias galerias do Brasil. No Ceará, o local definido foi a Galeria Multiarte, na Aldeota, por um convite feito ao diretor Max Perlingeiro que se juntou a esta grande homenagem à Tomie.

A artista japonesa veio ao Brasil com vinte e três anos de idade para visitar um irmão, mas devido aos conflitos da Segunda Guerra Mundial teve que permanecer no país, onde se naturalizou. A artista é referência do abstracionismo informal, se consagrando no mundo das artes plásticas pelo processo de síntese entre os opostos - rigor e delicadeza. Além das pinturas, Tomie produz belíssimas gravuras em grande escala dimensional e esculturas que vão além dos seus limites físicos, subestimando também os limites da sua idade, demonstrando uma contínua atividade criativa mesmo se aproximando dos seus 100 anos. Tomie confessa que em seu ateliê costuma pintar e criar deitada para não ficar fatigada facilmente. A dualidade é a expressão mais evidente em suas obras, gerando um conceito de reinvenção da simplicidade. “Tudo que fiz foi com muito prazer e esforço. A rigor, não há algo em especial, porque tudo é especial, desde fazer uma pintura que realizo há 60 anos ou uma obra que nunca fiz antes”, explica a artista.

Já foram realizadas diversas exposições este ano, tais como, “Tomie Ohtake – Correspondências” que faz referência de suas obras com as de Mira Schendel, Cildo Meireles e Nuno Ramos, entre outros, e “Influxo das Formas”, uma mostra com cerca de 130 obras e estudos, ambas no Instituto Tomie Ohtake em São Paulo. A galeria Nara Roesler, anteriormente exibiu “Tomie – obras recentes: de 2012 e 2013”, em São Paulo. Em novembro, foi realizada no dia 07 de Novembro a abertura de “Tomie Ohtake – Pinturas recentes”, exposição comemorativa do centenário de nascimento da artista, na Multiarte, em Fortaleza, como também a mostra "Pinturas Cegas", no Museu de Arte do Rio – MAR, no Rio de Janeiro. Para fechar o calendário de homenagens, o Instituto Tomie Ohtake apresentou “Tomie Construtiva”, no dia do seu aniversário.



A exposição do Multiarte conta com cinco obras monocromáticas assinadas como "Pinturas recentes" datadas em 2013, além das gravuras de grandes dimensões que compõem um conjunto de obras raras e significativas à extensa carreira de Tomie Ohtake. Além da enorme escultura de metal no final do salão que abusa de curvas e simplicidade, como uma cadeira de balanço que nunca para de se mexer e que foi criada exclusivamente para a exposição na capital cearense. A artista possui uma relação de carinho muito especial com a cidade de Fortaleza desde a década de 90 quando veio pela primeira vez, onde fez muitos amigos e voltou diversas vezes. “Ficamos honrados em participar das comemorações do seu centenário de nascimento”, comentou Max em release da nova exposição em Fortaleza.

Durante o processo criativo, Ohtake teve o cuidado de utilizar somente cores primárias (azul e amarelo), com traçados fortes,  garantindo força e movimento que se refazem ao descobrir formas geométricas sutilíssimas que nos mergulham nas fronteiras da imaginação. O Branco iluminando o fundo das cores fortes parece incandescer a pintura, o preto, presentes nas cores concentradas do azul e do verde dão sentido de solidez aos quadros. A segunda cor explorada é o verde, uma cor secundária forte, resultado da mistura das duas cores primárias trabalhadas anteriormente. Seguindo a mesma linha de expressão a obra finaliza com um pequeno segredo, uma cor primária oculta (vermelho) sobre uma cor secundária (verde) e uma cor forte primária (azul), criando um contraste bastante intrigante aos olhos, mesmo de uma forma discreta e em alguns quadros somente. Qualquer leigo sabe que tais cores são conflitantes e seria perceptível, o que não é provocado intencionalmente pela artista. Poucos percebem... eis o mistério da força e sabedoria de Tomie Ohtake. Pinceladas circulares, curtas, justapostas e sobrepostas criam uma atmosfera dinâmica e persistente.

Recentemente Tomie teve parte de um tapete que desenhou encomendada por Oscar Niemeyer em 1989 para compor o Memorial da América Latina que fica na Zona Oeste de São Paulo, prédio que faz parte do projeto arquitetônico idealizado por ele. O incêndio ainda não foi esclarecido, mas informações de funcionários que trabalhavam no local antes do incêndio nesta última sexta-feira (29), afirmaram que houve uma queda de energia antes do fogo se propagar, provavelmente provocada pela queima de alguma lâmpada em um possível curto-circuito. A peça tinha 70 metros de largura e 620m² ao todo, ocupando a parede lateral do Auditório Simón Bolívar. Em nota à Imprensa Tomie Ohtake afirmou que poderá reproduzir a parte danificada pelo fogo.

Como atividade complementar à Exposição, a Multiarte convidou o crítico de arte Agnaldo Farias, curador do Instituto Tomie Ohtake que realizou uma palestra sobre a produção atual de Tomie Ohtake nesta última segunda-feira (02). A exposição ficará aberta ao público até o dia 20 de Dezembro.

SERVIÇO

• Galeria Multiarte. Rua Barbosa de Freitas 1727, Aldeota, Fortaleza, CE. Telefone: 85-3261-7724. Horário de funcionamento: De segunda a sexta-feira das 10 às 18h e, aos sábados, das 14 às 18h. Período da exposição:  8 de novembro a 20 de dezembro de 2013.

Matéria especial por: Carlos Augusto Rocha


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CADERNO DE ARTE E CULTURA: "MEGACULT"

Jornalismo FIC 2013.2 - Noite

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MEGASSOM

Centenário Vinicius de MoraesO "poetinha" brasileiro que conquistou o mundo




   Nesse ano no dai 19 de Outubro, foi comemorado o centenário de Vinicius de Moraes. O poeta dos amores nasceu em um ambiente musical, e desde tenra idade demonstrou grande habilidade para as letras e a música. Nativo do Rio de Janeiro; carioca da gema; sabia como poucos contemplar o charme das mulheres e da cidade maravilhosa. Polêmico, boêmio e conquistador, esse adorador de uísque conheceu seus principais parceiros de música, na noite, em mesas de bares.

Formou-se em letras e também em Direito pela Faculdade do Catete. Na década de 30, publicou seus primeiros livros - "Caminho para a distância", "Forma e exegese", além dos poemas sensuais de "Ariana, a mulher".
Vinicius de Moraes trabalhou como diplomata, escritor e jornalista, mas seu grande reconhecimento veio da sua criação artística de poeta e compositor. Escreveu muitos sonetos, e era conhecido pelo modo como sabia "viver bem a vida" com bastante simplicidade, assim como seus versos galanteadores. O eterno apaixonado casou-se nove vezes e teve quatro filhas e um filho.

A poesia de Vinicius representa as raízes da Bossa Nova, movimento musical que surgiu no final da década de 50, se destacando pela mistura do Jazz americano e do Samba brasileiro. O poeta ainda contribuiu para o desenvolvimento da MPB, que teve início em 1966, sendo considerada como uma segunda geração da bossa nova. Juntamente com Tom Jobim criou uma de suas músicas mais famosas, "Garota de Ipanema" que hoje é um clássico dos elevadores espalhados pelo mundo.

Seus principais parceiros de composição ao longo da vida foram Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto (que também ajudou na consolidação da bossa nova), Chico Buarque, Edu Lobo e Carlos Lyra.
Fugindo do que era convencional, o poeta estabeleceu parceria com o violinista Baden Powell. A dupla explorou a mistura do samba com sonoridades africanas, dos "afrossambas", nasceram assim - "Berimbau", "Samba da Benção", entre outras.

Em 1969, é expulso do Itamaraty, por seu comportamento despojado. Magoado, decidiu se afastar da vida intelectual, mudou de gostos e de cidade. Dessa nova mudança, em 1970, firmou parceria com o músico Toquinho, com quem compôs músicas como "Aquarela", "Testamento" e "Como dizia o poeta". Toquinho foi um dos grandes amigos de Vinicius, produzindo o disco infantil "A arca de Noé".
Vinicius de Moraes morreu no dia 9 de Julho de 1980, vítima de edema pulmonar, mergulhado na banheira de sua casa no Rio de Janeiro. Vinícius viveu intensamente e como disse Carlos Drummond de Andrade: "O único poeta brasileiro que ousou viver sobre o signo da paixão. Quer dizer, da poesia em estado natural".

As homenagens ao poeta foram muitas, entrevista com amigos, documentários, apresentações teatrais e musicais do seu trabalho, além de exposições audiovisuais, uma delas em Buenos Aires. Uma de suas filhas, Suzane Moraes, organizou uma nova versão da "Arca de Noé" com belíssimos arranjos e uma mistura que vai do samba de Zeca Pagodinho em "O pato", ao Kuduro de Ivete Sangalo para a "A galinha D'angola". Além de grandes nomes da MPB como Maria Bethânia, Chico Buarque, Adriana Calcanhoto, Caetano Veloso, entre outros. Suzane Moraes, que é cineasta, pretende levar em breve, os versos da "Arca de Noé" às telas de cinema.

A presidente Dilma, também homenageou o poeta em seu twitter, lembrando-se das composições do poeta disse "Que ele faz parte da alma brasileira".
A Bienal do Livro no Rio de Janeiro neste ano de 2013 prestou uma vasta homenagem ao escritor, massificando sua obra aos interessados em literatura. Geraldo Carneiro compareceu à Bienal e falou sobre o poeta, "Vinicius de Moraes ainda não ocupa o lugar que merece na história da literatura brasileira", admitindo que durante a sua juventude convivesse com o "grande poetinha".

Em conversa com a imprensa, Geraldo Carneiro contou como teve a oportunidade de conhecer e tornar-se amigo de um dos mais célebres poetas da literatura brasileira. "Eu não gosto de chamá-lo de 'poetinha', o diminutivo tem sempre um caráter pejorativo, e ele sempre foi um poeta popular", afirmou.

Carneiro que também é poeta foi o primeiro escritor a fazer uma biografia de Vinicius de Moraes após sua morte, publicado pela editora Brasiliense em 1983. "Ele falava com a maior simplicidade das coisas mais despudoradas", ressaltou. Adriana Calcanhoto e os poetas Antônio Cícero e Eucanaã Ferraz também prestaram suas homenagens na Bienal, declamando muitos poemas memoráveis de Vinicius.Como disse sua filha, Suzane Moraes - "Ele tinha atitude existencial".

Matéria especial por: Samara Lima


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MEGATELINHA **

 "Amor à vida" deixa a desejar

 O escritor Walcyr Carrasco deixa público insatisfeito  na novela das oito





   Walcyr Carrasco começa errando o título dado à sua atual novela do horário obre da Rede Globo, ficando incoerente com a realidade transmitida nas telinhas, visto que, não é o amor que é retratado, mas o contrário, a desunião.

O autor não poupou seus telespectadores ao rechear a trama com vários tipos de preconceitos. Iniciando logo com um dos personagens principais, Félix (Mateus Solano), o vilão da história que é rejeitado pelo próprio pai, César (Antônio Fagundes), por ser homossexual, o que não justifica seus atos de maldade cometidos ao longo da história.
Outro exemplo é a discriminação sofrida pela personagem da atriz Fabiana Karla, a enfermeira "plus size" Perséfone que sofreu e ainda sofre preconceitos devido ao seu peso avantajado. No começo da trama ela foi desprezada repetidas vezes pelos homens por quem se interessava para finalmente perder a sua então, virgindade de 30 anos. A personagem finalmente encontra uma pessoa que mostra realmente gostar dela, apesar do primeiro encontro ter sido um verdadeiro fracasso, Daniel (Rodrigo Andrade), acaba se casando com a "gordinha", o que gera mais motivos de piadas e chacotas por parte dos colegas de trabalho, levando a separação do casal em seguida.

 Como em toda novela, não pode faltar a "piriguete". Walcyr ironiza o papel, relatando a vida de Valdirene (Tatá Werneck) que sempre foi incentivada pela mãe Márcia (Elizabeth Savalla), a se dar bem na vida engravidando de um homem rico e largar a venda de cachorro-quente. Ela acaba ficando grávida não de um milionário, mas de um morador do subúrbio em que vivia com a mãe, Carlitos (Anderson di Rizzi) que é o amor de sua vida, porém decide morar com um ricaço que conheceu por acaso quando foi atropelada,  recebendo acolhimento do “gentleman” Ignácio (Carlos Machado), abrindo mão do seu grande amor por puro interesse financeiro.

Falando ainda sobre o assunto, o vilão da novela, Félix, faz de tudo usando de suas artimanhas para eliminar qualquer um que estivesse no seu caminho para dividir a herança da família Khoury. Muito ganancioso, o jovem deseja ficar com todos os bens da família, inclusive a presidência do hospital do San Magno, ocupado por seu pai no início da novela, chegando a cometer diversos crimes para alcançar seus objetivos. Um destes crimes foi jogar sua própria sobrinha recém-nascida numa lata de lixo.
 Agora a pergunta de todos: O autor aborda amor em sua obra? Realmente até aqui ainda não mostrou nada semelhante. Se continuar seguindo esta linha de raciocínio o autor certamente não garantirá uma boa audiência nos próximos episódios.

Portanto o que se percebe é que o autor só complica mais sua situação, apesar dos seus esforços cada vez mais inúteis, o autor deixa um completo ar de insatisfação no público, aumentando os questionamentos levantados sobre o enredo de "Amor à vida". 

Por: Naiara Kécia (Colunista)

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MEGADVD ****

Nitro Circus - O filme

Grande produção revoluciona a era dos esportes radicais

   A equipe é formada por profissionais em alguns esportes, porém existem amadores e pessoas que não são do meio esportivo, mas que estão ali pela amizade, pela aventura e pela adrenalina. Aliás, é exatamente isso que eles buscam. Viver é o mais importante entre essas pessoas, vistos por alguns como loucos; pessoas que não medem consequências dos seus atos e talvez seja esse o principal objetivo passado moralmente para o público através do filme - não medir consequências, fazer as coisas com liberdade - aliás, liberdade é uma palavra usada constantemente pelos integrantes do elenco durante todo o filme.

A longa metragem tem caráter promocional dos shows que eles realizam no território americano, um espetáculo chamado “Nitro Circus Live” que é uma apresentação do que eles fazem diante das câmeras, porém ao vivo, sem chances de regravação, de edição, com uma plateia presente contemplando os diversos números que a equipe trás.




Durante o filme eles também mesclam as cenas reais com cenas que retratam crianças fazendo brincadeiras parecidas com as que eles fazem, montando assim uma filosofia de que eles são adultos, porém, como crianças, só querem fazer o que tem vontade, se divertindo, sem preocupações, torcendo para que tudo dê certo e que no final da brincadeira todo mundo esteja bem, com integridade física e saúde plena.
Os pioneiros no tipo de filmagem em que o filme se encaixa são os homens considerados os mais malucos do ramo, um grupo de amigos formado por atores, esportistas radicais e pessoas ditas comuns, os integrantes do “Jackass”. Alguns membros desta equipe são entrevistados no filme, são eles Johnny Knoxville e o produtor da trama, Jeff Tremaine. Eles procuram deixar bem claro a grande diferença entre os dois clãs, o “Jackass” segue uma linha de comédia, são feitas pegadinhas, nada que lhes arrisque a vida, já o Nitro Circus é algo que quase sempre está ligado a motores, manobras perigosas, e na maioria das vezes não permite falhas, há números em que realmente a vida dos participantes é colocada em risco onde um erro seria fatal.

A equipe é liderada por dois amigos de infância, Jeremy Rawly, um advogado hippie e Gregg Godfrey, filho de caminhoneiro e símbolo do transtorno de déficit de atenção adulto.  O grupo conta como integrante principal Travis Pastrana, 18 vezes medalhista nos “X-Games”, um campeonato de esportes radicais que acontece pelo mundo e 5 vezes campeão nacional, títulos que se dividem entre dois esportes nos quais ele atuou, Motocross e Rally. Streetbike Tommy é um sujeito altamente espontâneo, legítimo e engaçado. Ele dá suporte a toda a equipe e também participa de alguns números, o que torna cada participação sua especial apenas pelo jeito de ser.
Jolene Van Vugt é a única mulher da turma, porém tão corajosa e com tanta sede por aventura e liberdade quanto os demais. Erik Roner é um esquiador radical e Base Jumper, mesmo suas habilidades não tendo muito a ver com o grupo, pois pertence a um segmento esportivo que não trabalha com nada que tenha motor, ele está sempre pronto para o der e vier. Special Greg, primo de Travis, sabe um pouco de tudo, porém não domina nada e por fim, Jim Dechamp, o amigo mais antigo de Travis que está pronto para o que tiver pela frente junto com seus amigos.

Eles não se preocupam com o que as pessoas pensam, só querem tirá-las da zona de conforto, eles vão lá, mostram que é possível tentando sair vivos, este é o “Nitro Circus”.

Por: Felipe Fontenele


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MEGACINE ****

Blue Jasmine é a comédia romântica mais dramática de Woody Allen

Cate Blanchett impressiona em sua atuação
 

   Woody Allen que já andava há certo tempo sem gravar um filme utilizando os Estados Unidos como plano de fundo desde 2009 como em "Tudo pode dar certo", rodando três longas pela Europa com os filmes - "Você vai conhecer o homem dos seus sonhos” (2010), "Meia-noite em Paris" (2011) e "Com amor para Roma" (2012); não mediu esforços em criatividade, repetindo o modelo de quase todos os filmes, seguidos pelas corriqueiras introduções charmosas de Jazz, música francesa ou músicas da década de 20.
Blue Jasmine pisa literalmente no calo americano fazendo referências à crise pelo quais muitos ricos e milionários passaram nos últimos dois anos anteriores, anunciando um retorno triunfal aos Estados Unidos, regado com desejos de "boas vindas" de forma irônica pelo simpático autor e diretor Woody Allen.

Jasmine Francis (Cate Blanchett) é uma "dondoca" casada com o multimilionário Hal Francis (Alec Baldwin - terceira atuação em um filme de W.Allen), acostumada com os prazeres que o dinheiro consegue pagar, se encontra em uma situação bastante constrangedora ao descobrir as diversas traições do marido e a decisão do mesmo por um divórcio amigável. Desnorteada, Janette, que havia mudado o nome para "Jasmine" acaba tendo como único abrigo a casa modesta da irmã Ginger(Sally Hawkins), em São Francisco. As duas foram adotadas na infância, mas Ginger acabou fugindo após a adoção, Jasmine seguiu por outro caminho chegando à idade adulta casada com o "Rei dos Negócios" de Nova York, e mãe de um típico estudante de Harvard, descobre que o esposo faz transações ilegais com o dinheiro de outros investidores e que tem um caso com uma "au pair" francesa de 20, arruinando publicamente o seu casamento. Diante da possibilidade de ser trocada por uma mulher mais nova e ter de abrir mão de todo o luxo proporcionado por Hal, a protagonista é acometida por um surto histérico que mudaria o destino de toda sua família.

 Jasmine recorre à irmã, separada de um "tipão" nada adequado aos parâmetros da alta sociedade de Park Avenue , mora com os dois filhos deste primeiro casamento, trabalha como caixa de supermercado e namora um mecânico grosseiro, alcoólatra e sem a menor etiqueta aos bons modos com os quais a protagonista era habituada, ressaltando que desejava algo melhor para a irmã postiça. A duas são de fato de mundos completamente diferentes, mesmo após Ginger ter sido uma das vítimas do ex-marido golpista de Jasmine, quando ganhou $ 200.000 na loteria juntamente com "Augie" seu primeiro esposo, não fez objeções para receber de forma acolhedora a irmã que havia se distanciado bastante ocupada com suas aulas de Pilates, Ioga, viagens à Europa e eventos sociais, mas que agora busca por um emprego subalterno, que jamais imaginaria se submeter.



Jasmine havia largado a faculdade um ano antes de concluir o curso de Antropologia para se dedicar à família, esquecia todos os problemas quando ganhava joias extravagantes de seu marido em momentos inesperados, entra agora em um dilema constante por não saber que rumo tomar para se enquadrar novamente à antiga realidade em que vivia, já que o escândalo da separação lhe custou todos os seus bens materiais, não restando nada na sua conta bancária. Consegue um emprego de secretária em consultório odontológico para pagar o curso de informática com a finalidade de ganhar um certificado de designer de interiores para que assim pudesse ganhar a vida de forma honesta e bem remunerada se esbanjando do seu dom natural pelo bom gosto, saindo do quadro de pobreza em que se encontrava.  Jasmine Francis tem que superar diversas situações constrangedoras como o assedio sexual do patrão.

Viciada em remédios e em Vodka com Martini acompanhado de uma rodela de limão, Jasmine entra em um verdadeiro colapso nervoso quando percebe que perdeu sua única oportunidade de retornar ao mundo pomposo em que vivia quando conhece um diplomata viúvo que tinha planos de atuar na política e de um casamento regado a vinho jovem com bolo de chocolate em Viena. A atriz Cate Blanchett exibe através de uma interpretação louvável, diversas nuances de superação e desespero de uma “ex-rica” repleta de conflitos internos, com todas as suas expressões cômicas e uma densa camada de melancolia perturbadora. A personagem principal faz várias citações de trechos de sua música predileta, Blue Moon, dando o título ao filme.

Como várias obras cinematográficas de Allen, o filme se desconecta da sequência cronológica, intercalando momentos de "riqueza e pobreza" através de montagens bem elaboradas e um enredo muito bem amarrado, prendendo a atenção do espectador que leva à plena compreensão dos fatos do passado e do presente, apesar do final cíclico e subjetivo.

Por: Carlos Augusto Rocha




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MEGALIVRO ***

A odisséia de "Letícia Carialba”

O romance é estreia do cearense José Gomes de Magalhães


   O livro "Letícia Carialba", do escritor José Gomes de Magalhães que passou a maior parte da sua carreira lecionando no Brasil e no exterior no domínio da cultura germânica, no traz uma abordagem regional genuinamente nordestina com requinte europeu. Zaqueu Levy, narrador onisciente criado pelo autor, nos conta como virou cronista narrando à trajetória da belíssima Letícia Carialba, natural de Riacho dos Monges, no Ceará. Letícia fez curso superior em Fortaleza e morou na California, concluindo seu doutorado em Sexologia. A protagonista volta à Fortaleza, antes de seguir viagem para Amsterdã, seu futuro destino, com temporada prevista de oito meses pela Europa e o Oriente Médio em novo projeto de pesquisa com a finalidade de escrever o livro "O equilíbrio do corpo". 

Juntamente com o cronista percorremos o caminho de Letícia através do inventário do autor com o máximo de sua construção semântica e da sua pluralidade de forma que apesar de ser uma estreia de José Gomes Magalhães, certamente provém de ideias maduras e de uma criatividade crua revelando sua identidade literária. Ao longo de sua jornada a brasileira nos envolve com sua alegria, sua perspicácia e sua cultura diversificada colhida de cada país que já havia visitado. Faz inúmeros amigos que contribuem com sua a sua pesquisa. Tem uma relação muito presente com sua terra natal, e quando a saudade aperta, fala sobre o lugar onde nasceu e sobre a sua família aos seus ouvintes curiosos, com a promessa dos mesmos de algum dia ir visitá-la no Nordeste Brasileiro.

Carialba coleciona muitos elogios como "voz de mel", "olhos levantinos", "um metro e setenta de milagre retilíneo", dentre outros que a descrevem metaforicamente. Dona de uma fé inabalável em contraste com a sua "modernidade indefinível", Letícia visita várias igrejas e catedrais históricas, Notre Dame é uma delas. Ao final da sua viagem  fica emocionada ao visitar a cidade Santa com o Padre brasileiro, Álvaro. Os laços fraternais que criou foram de fato inesquecíveis como o beduíno, o músico, o astrônomo, o floricultor, o italiano, o califa e tantos outros. Agradece a todos que colaboraram com sua pesquisa. Retorna a Riacho dos Monges, passando por São José dos Ausentes (RS), para um encontro com Júlio Moretti, o floricultor, onde pretende reorganizar seus laços enraizados no interior do Ceará.

O livro foi lançado oficialmente no dia 06 de Novembro de 2013 na Livraria Cultura. A capa e ilustrações contidas nesta edição são assinadas pelo artista plástico Simon Fernandes. O preço do exemplar é de R$ 27,00 e está disponível para compra online no site "http://bit.ly/leticiacarialba".

Por: Samara Lima



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MEGACENA *****

"A Lição" encerrou temporada neste sábado

Peça com Ricardo Guilherme é um show de expressionismo 



   A peça "A Lição", do dramaturgo romeno Eugène Ionesco, foi escrita no começo do século XX e ganhou adaptação inovadora do ator e produtor cearense Ricardo Guilherme. Este espetáculo, do Teatro do Absurdo, aponta a relação de um professor e sua aluna confusa em busca de um conhecimento mais específico sobre o mundo. Uma aluna alheia à sociedade em que atua, vindo do interior, sonha em conseguir o seu "doutorado total". Um professor rígido, dedicado e impaciente, tão paradoxal quanto é a arte de ensinar.

Logo no início observamos uma metáfora quando o professor caminha - sempre sobre os livros que formavam inúmeros caminhos imagináveis no chão. A cenografia consistia em um bloco de livros centralizado no palco, sob uma retroprojeção do roteiro da peça ao fundo, formando duas sombras bem definidas dos atores sobre a parede branca.

A cada "lição", uma folha apresentada pelo professor e recebida pela aluna, propositalmente,  projetava palavras que mereciam destaque no texto da página do roteiro exibido no cenário.

 O áudio também ganhou destaque dentro dos criativos recursos cenográficos do espetáculo, quando sons estrondeantes com a voz do professor lendo simultaneamente pontos diferentes do texto e usando diversas entonações diferentes, criou um sentimento de desespero, como quando ouvimos por horas uma aula que não temos interesse em assistir ou quando queremos lembrar  a resposta de uma questão específica em uma prova e terminamos por ouvir diversas vozes do professor citando trechos das matérias repassadas em sala de aula, mas de uma forma inaudível e fragmentada.

A aluna, muito misteriosa, chega cedo demais na aula e não sabe responder de qual país pertence à cidade de Paris quando se apresenta ao professor. Em seguida ela é submetida a um teste oral proposto por ele, com uma bateria de perguntas sobre aritmética. A aluna responde corretamente aos enunciados de adição, mas responde incorretamente a todas as questões de subtração simples como o resultado de três menos um, demonstrando uma dificuldade persistente em retirar "uma unidade de um conjunto". A aluna se demonstra irredutível aos exemplos do professor.

 A peça ironiza de certa forma como a aprendizagem é compreendida por muitos professores, quando o protagonista, interpretado por Ricardo Guilherme, começa a dar exemplos de frases iguais em várias línguas, sem se importar com o real conteúdo delas. O autor da peça também teve a sensibilidade de apontar a categoria docente que se preocupa com seu "Doutorado total" ou "pós-pós-PHD", sem se preocupar se a aluna estava aprendendo de forma efetiva. A falta de sensibilidade de uma "lição" arcaica faz o professor se negar a dar atenção até para o estado físico da aluna, dispondo-a de conteúdos extensos e quase que inacabáveis enquanto a mesma se contorcia com dor de dente.

A peça "A Lição" tem 1h30min de duração aproximadamente, não utiliza de cenas dinâmicas por haver muitos diálogos fixos e repetições desnecessárias. A encenação de ambos nos envolve muitas vezes em situações cômicas.

A peça finaliza com uma metáfora de que uma caneta seria um punhal, nos rebuscando a uma interpretação de que a educação pode ser usada para diversos males. No final o Professor instiga o público informando que a Lição acabou e ordena que todos se retirem. Os atores Ricardo Guilherme e Maria Vitória, que tiveram excelente atuação, prendendo a atenção dos espectadores durante todo o espetáculo, homenagearam alguns presentes na plateia no fim da sessão: atores pioneiros do teatro cearense, que iniciavam um novo Festival de Teatro da Terceira idade em Fortaleza. 

"A Lição" teve sua última apresentação neste último sábado, dia 30/11, no Teatro SESC Iracema, mas essa montagem deverá continuar com novas temporadas em 2014.

Por: Carlos Augusto Rocha



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MEGASHOW

High Beats Part. II

Oriente e Start Rap farão show inédito na capital cearense 



     Em 07 de Dezembro Fortaleza receberá pela primeira vez nos palcos os grupos cariocas de Rap, Oriente (como atração principal) e Start Rap no evento High Beats Part. II com o intuito de levar o Rap para os amantes do som e para os que ainda não são íntimos do estilo poder conhecer. Depois do sucesso da High Beats Part. I, que contou com a participação do grupo Cone Crew Diretoria, um dos mais famosos grupos de rap nacional da atualidade, a 420 Friends com parceria da Empire Records organizaram o evento que acontecerá na Barraca Biruta (Praia do Futuro), com ingressos a partir de R$ 60,00 (frontstage) e R$ 30 (pista), podendo ser comprado no site www.bilheteriavirtual.com e nos pontos de venda localizados nos shoppings Via Sul (loja 420 Friends), Benfica e North Shopping (loja Clikks Eyewear) e Aldeota (Ladcasa Sushi). O show começara às 22h e conta com um público jovem, de diversas classes sociais que se identificam com as letras que falam desde diversão entre amigos até os problemas políticos e sociais do nosso país, já que uma das características mais marcantes do Rap é a crítica escancarada ao que tem de errado na sociedade.

O grupo Oriente é originário de Niterói (RJ), formado em 2009, atingiram o auge após o lançamento do seu primeiro CD no final de 2011, intitulado "Desorientado" com a participação de ícones como Black Alien, deflagrando letras criativas e autênticas que falam sobre o amor, cidadania, liberdade, corrupção, preconceito e outros pontos presentes no cotidiano brasileiro, desfragmentando a ideologia de que o Rap não é fabricado somente em São Paulo, enaltecendo o Rio de Janeiro que não é só samba e carnaval. O grupo possui quatro integrantes: Chico e Nissin (MC's), Geninho (Beatbox) e Bruno Silva (violino, baixo, flautista e bandolim), que estão trabalhando no novo álbum "Yng-Yang", com previsão de lançamento para o início de 2014, prometendo trazer nesse disco a evolução do grupo desde a sua primeira produção.

Criado em 2007, os também cariocas do grupo Start Rap tem influências dos grandes nomes nacionais, além da levada do Funk e do Reggae, com músicas bem humoradas que contam a realidade e o cotidiano dos integrantes de forma clara e simples, já tocou em grandes locais como o Circo Voador (RJ) e já dividiu palco com outras referências do rap nacional como Pentágono e Marcelo D2. O grupo também conta com quatro integrantes que costumam surpreender o público com muita atitude e dinamismo nos palcos: Sain (Stephan Peixoto), Faruck Barem e Shock, cuidam do vocal e o DJ Renato Alves comanda a Pick Up de onde saem mixagens repletas de referências musicais que leva o público às alturas. Em 2011 o grupo lançou seu primeiro videoclipe chamado "Que vença o melhor" com a direção de Marcelo D2.
Atualmente seus vídeos possuem vários espectadores com milhares de visualizações no Youtube, garantindo que Stephan, filho de D2 teve mesmo a quem puxar.

Manchete - Por: Luana Dantas



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